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As polêmicas fotos do Comida di Buteco e a importância do fotógrafo profissional


BAR DA PORTUGUESA: Carinhoso (Três deliciosos pastéis de sabores bacalhau, jiló com camarão e Romeu e Julieta)

CRÉDITOS DAS FOTOS:

Foto oficial à esquerda: Equipe UNISUAM / Foto extra-oficial à direita: Berg Silva

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Para quem tem dificuldade de perceber a diferença que a fotografia profissional faz no segmento de alimentos e bebidas, uma polêmica surgida esta semana no tradicional concurso Comida di Buteco oferece ótimos exemplos. Este ano, os organizadores da versão carioca acharam que era uma boa ideia convidar alunos de uma faculdade parceira do concurso para realizar as fotos dos pratos participantes. Um detalhe importante é que não eram alunos de graduação em fotografia, já que a faculdade não oferece este curso. Resultado: as fotos produzidas não atenderam a expectativa de qualidade de uma parte dos bares participantes. Alguns empresários resolveram, então, produzir fotos extra-oficiais dos pratos para divulgação própria, e para isso contrataram fotógrafos profissionais. A gritante diferença de qualidade das fotos foi apontada pela jornalista Marcella Sobral, em texto veiculado no blog Saideira, hospedado no portal O Globo. Para a autora, “faltou tempero”nas fotos oficiais do concurso, que foram feitas pelos alunos. Acrescento: faltou o tempero do profissionalismo, da experiência, da técnica e do olhar, para ressaltar o que cada petisco tem de melhor, gerar desejo nos clientes, e valorizar o trabalho e o esforço que cada restaurante participante empenhou na criação dos petiscos participantes.

O texto completo está neste link. Estou colocando alguns dos comparativos do que a jornalista chama, em tom de brincadeira de “uma espécie de ‘expectativa x realidade’ às avessas”, e aqui é importante ressaltar que (1) caso não tenha ficado claro, são fotos do mesmo prato e (2) as imagens e créditos foram retirados do texto mencionado.

BAR URCA: Moelinha no Churrasco da Goiaba! (Bolinho com massa crocante de mix de cerais com recheio cremoso de moela ao vinho)

CRÉDITOS DAS FOTOS:

Foto oficial à esquerda: Equipe UNISUAM / Foto extra-oficial à direita: Fábio Rossi

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DUQUE: Porco não Chia (Mini kaftas suínas com chia no Palito + molho de hortelã com dedo de moça + farofinha de milho com bacon)

CRÉDITOS DAS FOTOS:

Foto oficial à esquerda: Equipe UNISUAM / Foto extra-oficial à direita: Fábio Rossi

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GALETO SATS: Cacetinho do Sat´s (Suculento sanduíche de pão de trigo com carne de músculo assado e desfiado, no molho de cerveja preta)

CRÉDITOS DAS FOTOS:

Foto oficial à esquerda: Equipe UNISUAM / Foto extra-oficial à direita: Berg Silva

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Viram as diferenças? Agora eu pergunto para você que frequenta bares e restaurantes: Quais dessas fotos fazem você querer ir provar o petisco? E para os donos de restaurantes: Como você preferiria que seus pratos fossem fotografados?

 

Nesse texto teve uma coisa que me incomodou demais... mais até do que as fotos feitas pelos alunos da faculdade. Foi uma declaração de uma das sócias do concurso sobre os bares terem feito as fotos extra-oficiais: “É uma opção deles, mas não recomendamos por não achar necessário esse investimento. As fotos são importantes, mas o mais importante é o impacto que cada um gera ao receber o público em seu ‘buteco’”. É uma declaração, para dizer o mínimo, irresponsável, pois desmerece e diminui um trabalho que é indispensável a praticamente qualquer estratégia de comunicação, não só no segmento de alimentos e bebidas. Na condição de organizadora de um concurso tradicional e respeitado, ela deve, ou pelo menos deveria saber da importância da fotografia para o setor, e especificamente para o concurso. Alguém consegue imaginar um organizador da São Paulo Fashion Week dizendo aos estilistas é desnecessário fazer fotos profissionais de suas criações?

O negócio “alimentação” é uma atividade que lida com emoção, com prazer, com estímulos aos sentidos e mais uma série de sutilezas e detalhes impalpáveis para oferecer não apenas comida e bebida, mas toda uma experiência agradável e única para o cliente. É um mercado competitivo, com clientes exigentes. Os bares e restaurantes precisam estar atentos a diversos detalhes, da ambientação ao treinamento de equipe; da formatação do cardápio à qualidade de ingredientes, e muito mais, para proporcionar aos clientes a experiência correta enquanto ele está no estabelecimento. No entanto, o cliente nem sempre está no restaurante vivenciando a experiência. Neste momento, a comunicação entra para manter o bar ou restaurante na cabeça do público, gerar desejo de voltar/conhecer, e destacar a casa em um mercado extremamente competitivo. A imagem certa faz toda a diferença, e para conseguir as imagens certas é necessário um fotógrafo profissional, com sua técnica, equipamento, experiência, repertório, sensibilidade e olhar.

O Comida di Buteco, que é um concurso tradicional, sério e respeitado, na minha opinião, deu um grande tiro no pé, pois os recursos que eles têm para promover os petiscos participantes e convencer os clientes a ir aos bares prová-los são o texto explicativo e a fotografia dos pratos, sendo que a foto é muito mais poderosa para gerar desejo nesse caso. As fotografias extra-oficiais que os donos de bares fizeram com fotógrafos profissionais evidenciam isso de uma forma muito clara. Ao negligenciar a qualidade das fotos dos pratos, o concurso perde, e todos os envolvidos perdem: os bares, os clientes, e até os alunos que tiraram as fotos.

Eu, que sou um otimista nato, acredito que os organizadores vão perceber o erro e corrigir na edição do ano que vem.

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